Uma mega operação prendeu 19 pessoas envolvidos em um dos maiores esquema de sonegação fiscal do Interior pernambucano. A Operação Zona Franca foi desencadeada no início da manhã, nas cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Nazaré da Mata, Recife e Belém do Pará. Somente em Santa Cruz, dez pessoas foram presas. Além das prisões também foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão. Mais de dez empresas foram fechadas, inclusive uma gráfica que produzia talonários irregulares.
“Ainda não podemos precisar quanto o grupo sonegou durante a atuação”, afirmou o delegado da Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária (Decot), Firmino Soares. O valor desviado será calculado posteriormente com a análise e caixas das empresas, notas fiscais e computadores apreendidos. O esquema reunia empresários do Polo de Confecções, desde pequenos, médios e grande comerciantes. O grupo trabalhava com venda e compra de notas fiscais falsas e constituição de empresas fantasmas. “Eram mais de 30 empresas utilizadas para emitir notas frias para as cidades da região e até mesmo do Norte e Sudeste do país”, revelou Soares. Os dias preferenciais para a prática criminosa eram os dias de feira das cidades interioranas. Segundo o delegado, a estimativa é que os empresários emitiam até R$ 200 mil em notas frias por dia. O arranjo entre os sonegadores permitia lucros a todos os envolvidos. “Quem vendia as notas ganhava de 4% a 6% do valor da nota”, exemplificou Soares.
As investigações apontam que a cadeia do comércio ilegal partia de Santa Cruz. Um dos empresários presos, Carlos Batista Ribeiro, de idade não informada, era do município. Ele passou mal quando foi detido e precisou de atendimento médico. Só no nome dele constatavam a propriedade de mais de 20 empresas do esquema fraudulento. De acordo com a polícia, boa parte delas era irregular, fantasma ou estava em nome de laranjas. “Ele era o mentor e criava as empresas com ajuda de dois contadores”, disse o delegado titular da Decot, Francisco Rodrigues.
O chefe de Operações da Polícia Civil, Oswaldo Moraes, afirmou que todos os presos fazem parte de um grupo organizado. “É uma quadrilha grande e outras pessoas também podem ser presas”, informou. A Operação Zona Franca contou com 200 policiais civis e militares e mais de 40 auditores fiscais. O diretor regional da Secretaria da Fazenda em Caruaru, Marcos Valério, informou que desde 2009 operações para combater a sonegação nas cidades do Polo de Confecções acontecem com sucesso. “Após a realização das Operações Sulanca, no ano passado, e Tempestade do Agreste, em maio, a arrecadação na região teve um incremento de mais de R$ 1 milhão”, contabilizou. O diretor frisou que a região já recebe muitos incentivos e isenções fiscais para permitir a regularização dos comerciantes.
Fonte: Folha de Pernambuco
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