Mal das pernas no Campeonato Paulista, com uma vitória e dois empates nas três primeiras rodadas, o Corinthians vira a chave para a Libertadores da América e, nesta quarta-feira (26), às 22h (de Brasília), diante do Deportivo Tolima-COL, no Pacaembu, inicia a luta pela sonhada e inédita taça continental e, também, para manter uma escrita.
Desde 2005, quando a fase preliminar da Libertadores passou a ser disputada, nenhum clube brasileiro conseguiu a “proeza” de ser eliminado antes da fase de grupos.
O primeiro a encarar o desafio foi o Palmeiras. Quarto colocado no Brasileiro de 2004, o Alviverde encarou o Tacuary, do Paraguai. Empatou por 2 a 2 na casa do inimigo e venceu no Palestra por 2 a 0.
Dois anos mais tarde, o confronto foi contra os venezuelanos do Deportivo Táchira, e o saldo, de duas vitórias: 2 a 0 em casa e 4 a 2 em Táchira. Na mesma temporada, o Goiás enfrentou o Deportivo Cuenca, do Equador, e passou à fase de grupos com um empate (1 a 1, fora) e uma vitória (3 a 0, em casa).
No ano de 2008, quem teve de passar pelo "vestibular" para chegar à Libertadores foram Santos e Paraná Clube. O time da Vila venceu o Blooming, da Bolívia, nos dois confrontos (1 a 0 e 5 a 0), enquanto o Tricolor do Sul venceu o Cobreloa, do Chile, fora de casa, por 2 a 0, e empatou por 1 a 1 na capital paranaense.
Os últimos a encarar a pré-Libertadores foram novamente o Palmeiras, que superou o Real Potosí, em 2009, e o Cruzeiro, que eliminou o paraguaio Cerro Porteño em 2008 e o próprio Real Potosí no ano passado.
Para evitar o “efeito Mazembe” [time do Congo que eliminou o Inter no Mundial de Clubes e deixou um Sul-Americano fora da decisão pela primeira vez na história] no Pacaembu, o técnico Tite tem uma receita teoricamente simples: coragem.
- Minha atividade profissional tem a necessidade de vencer Paulistão e passar pela Libertadores, não só nessa fase, mas também na outra. Risco eu corro, mas tem quem ter coragem de enfrentar esses momentos decisivos.
Ao falar sobre o adversário desta quarta, Tite pregou um discurso precavido e de respeito ao rival, cuja folha salarial inteira seria paga por três meses apenas com os valores que Ronaldo recebe a cada 30 dias.
- Fui campeão gaúcho com o Caxias [em 2000] ganhando dois salários mínimos e enfrentando na final o Grêmio, que tinha o Ronaldinho [Gaúcho], cujo salário pagava seis meses da folha do Caxias. O Tolima é um time de muita posse de bola, próprio da escola [colombiana], com um meia de infiltração bom, um segundo volante de qualidade, bom apoio do lateral pela esquerda e zagueiros que sobem bem nas bolas paradas.
Dentinho, que deverá formar o trio de ataque alvinegro ao lado de Ronaldo e Jorge Henrique, a exemplo do que fez contra o Noroeste, também descartou por completo o medo de o “efeito Mazembe” pegar o Corinthians.
- Não houve essa conversa com o Tite, mas isso não passa pela nossa cabeça. Usamos o Internacional como exemplo e respeitamos bastante o Tolima, mas vamos a campo pensando exclusivamente na vitória.
O Alvinegro terá apenas uma mudança em relação ao time que empatou com o Noroeste e desagradou a torcida. O lateral-direito Alessandro, recuperado de catapora, faz sua estreia na temporada. Moacir, contundido, fica fora.
Para fazer história
O Deportivo Tolima está longe de ser um time tradicional como River Plate e Boca Juniors, da Argentina, ou Peñarol, do Uruguai, mas entrará no Pacaembu disposto a fazer história.
Segundo o técnico Hernán Torres, sua equipe não jogará recuada, à espera de um erro corintiano para buscar um gol.
- Respeitamos muito o Corinthians, que tem história e excelentes jogadores, como Ronaldo, Roberto Carlos, Jucilei e Dentinho, mas o Tolima não sabe jogar se defendendo e não vai mudar seu estilo de jogo agora.
Questionado sobre qual resultado espera conquistar diante de um Pacaembu que possivelmente estará lotado, foi claro.
- Sempre entramos em campo pensando em vencer, mas, claro que somar um ponto, ainda mais como visitante, não será ruim.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS X DEPORTIVO TOLIMA-COL
Local: estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 26 de janeiro de 2011, quarta-feira
Hora: 22h (de Brasília)
Árbitro: Enrique Osses (Chile)
Assistentes: Patricio Basualto e Sergio Román, ambos chilenos
CORINTHIANS: Julio Cesar; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei e Bruno Cesar; Jorge Henrique, Ronaldo e Dentinho
Técnico: Tite
DEPORTIVO TOLIMA: Antony Silva; Vallejo, Arrechea, Julian Hurtado e Félix Noguera; John Hurtado, Chará, Bolívar e Murillo; Castillo e Medina
Técnico: Hernán Torres
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